segunda-feira, 2 de julho de 2012

HISTÓRICO DO AERO CLUBE DE MOSSORÓ

AERO CLUBE DE MOSSORO
      O Aero Clube de Mossoró foi fundado no dia 15 de outubro de 1940, tendo a frente ALDEMIR PESSOA FERNANDES, PEDRO FERNANDES RIBEIRO, NESON XAVIER FERNANDES, ENÉAS DA SILVA NEGREIROS, RENATO DE ARAÚJO COSTA, LAURO DO MONTE ROCHA e muitos outros grandes Mossoroense que acreditavam na força de vontade dos jovens da terra. O primeiro instrutor foi MÁRIO SANTOS, que logo na fundação a 15de outubro de 1940, começou a adestrar os primeiros amadores da bela arte de saber pilotar uma aeronave  o chamado mais pesado que o ar. Ele praticamente não admitia ensinar uma manobra três vezes. Na segunda o aluno já entrava no chamado esbregue, o batido de hoje.
        O segundo instrutor foi JOSÉ VIEIRA DA COSTA, que veio a se tornar praticamente Mossoroense, casado com LANUZA NORONHA DA COSTA, irmã de RENATO DE ARAÚJO COSTA, secretário do Aero Clube de Mossoró quando este foi fundado. Era competente, muito disciplinado e paciente com os alunos fossem ou não vocacionados para pilotar aviões primários e de recreio. Foi, igualmente a MÁRIO SANTOS, uma figura de prestígio na cidade, aquem todos apontavam como o Instrutor do Aero, Seu Zé Vieira, o piloto da cidade.
        O terceiro foi GENÚ RODRIGUES DOS SANTOS, brevetado em Mossoró, filho de Jewhú Rodrigues dos Santos, um próspero comerciante na cidade. Genú era extrovertido mais cuidadoso, não admitia brincadeira de espécie alguma nas horas de ensinamento e prática de pilotagem. Somente efetuava uma manobra arriscada com extrema consciência e era rigoroso no trato com o avião. Lá fora, como ainda hoje, Genú é um excelente amigo, tem conversa amena e agradável, mas na Escola da Aviação no Aero Clube de Mossoró, a conversa era outra. Escreveu, não leu, ele mandava descer do avião e dizia que voltasse dia seguinte.
        Eram muitos alunos da primeira turma. É interessante enumerá-la, gravando o nome de cada um: CAMILO PAULA,, EDSON CÉSAR, VINGT ROSADO, ALCIDES BELO, ZENON OTÁVIO, JOSÉ PEREIRA DE SOUZA, ISRAEL DAMIÃO, SINDULFO SILVA, ALBERTINA PEREIRA e outros que não pertenciam a primeira  turma mas passaram a receber instruções nas turmas seguintes objetivando alcançar logo mais adiante uma diplomação. Eram eles: RÔMULO NEGREIROS, JOSÉ CANCIO DE SOUZA, GENÁRIO FONSECA, ALTEVIR PAULA, JOSÉ MARIA CORDEIRO, JULIMAR RAMOS, ALDEMIR FERNANDES, JOÃO FERNANDES, JÚLIO ROSADO, JOSÉ MATIAS DA COSTA FILHOO, TITICO MAIA, VALDIR FERNANDES, JOSÉ INOCÊNCIO DE ALMEIDA NETO, JOSÉ CLAÚDIO QUEIROZ PINTO, ALUISIO PAULA , EDSON SABOIA, EMERSON AZEVEDO, JOSÉ MARCELINO DE ARAÚJO, NILSON DE SIQUEIRA CHAVES e  MANOEL LEONARDO NOGUEIRA.
         Desses últimos apenas Rômulo Negreiros e José Câncio de Souza obtiveram a diplomação como pilotos de Aeronaves primárias e de Recreio. Aproveito até o momento para pedir desculpas se por acaso omiti alguém. Afinal já se passaram 56 anos, o que não é brincadeira.
        Uma participação muito ativa e apoiadora, o Aero Clube recebeu na pessoa de Sir. Robert Stanley, um americano que atuava em Mossoró na Igreja Batista, se não me engano, e que possuía o seu próprio avião, um Bonanza de quatro lugares, muito bonito e potente.
  Ele era um grande amigo de Mossoró e todos nós. Depois de militar alguns anos em Mossoró, juntamente com sua família, mulher e dois filhos, Robert Sranley foi embora e depois, lastimavelmente, pereceu também com mulher e filhos, quando efetuava o arriscado voo de contornar a Cordilheira dos Andes. Seu avião não suportou as condições climatéricas da região e mergulhou em abismo profundo, deixando-nos verdadeiramente penalizado.
        Mas essa primeira turma foi muito aplicada no aprendizado, assim como os demais das duas turmas seguintes, a ponto de vários deles terem se tornado “SOLO”, ou seja, já voavam sozinhos nos aviões, embora não fossem diplomados. Apresentou cenas incríveis de competência e sorte. Uma delas foi o pouso que o piloto Israel Damião fez em cima de uma grande árvore perto de Tibau e da sua Fazenda, já no Ceará, beirando o mar. O motor falhou e calou sua hélice e ele, providencialmente, sem espaço livre para aterrissar, fez o chamado pouso de placa em cima de uma árvore frondosa. Foi fantástica a posição em que ele ficou, dependurado com o avião em cima de um enorme juazeiro. Várias pessoas foram testemunhadas e apreciar o feito que repercutiu bastante. Ele nem sequer se arranhou.
        Outro episódio memorável foi o pouso feito por Alcides Belo e VINGT Rosado, se não me falha a memória, somente numa roda e outra apenas balançando no ar. Na decolagem em campo pequeno no interior da zona Oeste, o trem de pouso bateu num obstáculo e quebrou o eixo da roda direita. Eles sobrevoaram a cidade, exibindo o acontecido e uma centena de pessoas se deslocou para o Aeroporto a fim de apreciar o que iria acontecer. Naquele momento alguém teve uma ideia quase impraticável, mas deu certo. Na pista, do lado da roda sem ação, dezenas de pessoas fizeram fila, praticamente instruindo ao piloto que ele poderia descer ao longo daquela fila de cerca de quinhentos metros, ocasião em que ao rolar a roda boa a outra iria ser segurada pelas pessoas que ali estavam prontas para amparar a asa do avião e evitar o desastre. E foi exatamente o que aconteceu. O avião era um Paulistinha, o inesquecível e querido Paulistinha, que por ser muito leve e fácil de manobrar, atendeu e aceitou a ajuda. Foi uma alegria incontida. Muitos gritos, muitos abraços e os “heróis” vieram logo para o centro da cidade tomar uma cervejada para todos no famoso Bar Suez, que nesse dia fechou as portas muito mais tarde.
          A esta altura Mossoró já dispunha de muitos aviões primários. Aos longo de sua existência chegamos a fazer, na soma de todos, uma flotinha de oito aviões, que era formada por: 1 HL – 1 MÁRIO BARRETO, 1 HL – 1 Cidade de Mossoró, um Paulistinha Expedicionário João Monteiro da Rocha, 1 Paulistinha Cruz Alta, 1 avião de treinamento avançado Fairchaild Marechal Trompowisk, 1 avião de treinamento doado pela família Fernandes HL-6 Raimundo Fernandes, 1 Avião Niess de Cadeiras laterais e um Aeronca.
      Disponhamos de um Hangar Major Trotta, de uma pista de 1.200 metros ainda de piçarra batida e um pequeno posto de abastecimento. Os fatos são citados ao sabor da lembrança do articulista, valendo, todavia esclarecer que aconteceram entre1040 e 1954
FONTE: LIVRO “AVENTURAS NO AR, DE RÔMULO AGOSTINHO FERNANDES NEGREIROS

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